Visitar o NVIDIA GTC Washington, D.C., foi mergulhar no núcleo das principais tendências e conquistas em inteligência artificial dos Estados Unidos. O evento, ocorrido no Walter E. Washington Convention Center de 27 a 29 de outubro, entregou não só uma visão clara do futuro da IA, mas reforçou o papel do país como polo de inovação em tecnologia. Diversos anúncios saíram das palavras do CEO Jensen Huang, que celebrou a força da rede de parceiros, o orgulho nacional diante da inovação e apresentou um panorama dos próximos saltos tecnológicos da NVIDIA.
As mensagens da principal palestra
Em sua palestra de abertura, Jensen Huang deixou claro:
O objetivo é posicionar os EUA na dianteira da infraestrutura de IA global.
Ele expressou forte orgulho na capacidade de inovação americana, agradecendo colaboradores que permitem transformar ciência de dados, deep learning e computação quântica em soluções que mudam negócios e sociedades.A transição da NVIDIA do processamento por CPU para a computação acelerada por GPU foi destacada com a demonstração das bibliotecas CUDA-X, aplicadas em áreas como simulação avançada, automação de decisões e pesquisas em física e biologia. Eu achei interessante como exemplos práticos foram usados, ilustrando que as soluções já revolucionam centros de pesquisa e ambientes corporativos complexos, muito além de laboratórios.
Novas arquiteturas e a expansão de redes 6G
Um dos anúncios mais aguardados foi a pilha wireless ARC-Pro para redes 6G, desenvolvida com a Nokia e ancorada totalmente nos EUA. Isso permitirá conectar dispositivos e futuros agentes de IA, como os produzidos na Fábrica de Agentes, com latência mínima, ampliando ainda mais o leque de aplicações possíveis. O lançamento do NVQLink também chamou atenção ao permitir ligação direta entre GPUs e processadores quânticos sem gargalos, acelerando pesquisas científicas.
Huang revelou também a implantação planejada de 100.000 GPUs Blackwell em supercomputadores de última geração, como o Solstice e o Equinox, explicando como isso deverá elevar o poder computacional americano a patamares inéditos segundo relatórios sobre os novos chips e o futuro da computação de IA.
Fábricas de IA, BlueField-4 e IA aplicada em escala
Gostei do destaque dado ao conceito de “fábrica de IA” apresentado no palco, com a utilização do processador BlueField-4 e a suite Omniverse DSX. Juntos, eles funcionam como blueprint para operações em massa de data centers, permitindo que indústrias de portes variados criem, ajustem e operem agentes inteligentes personalizados.
Essa arquitetura já está, inclusive, em testes no centro de pesquisa em Manassas, Virgínia. No contexto da Fábrica de Agentes, ficou claro que esse nível de integração e customização molda o futuro de serviços sob medida aliados à IA, permitindo entregar soluções que vão muito além dos chamados “bots prontos”.
Parcerias estratégicas e ecossistema aberto
Grande parte dos anúncios envolveu parcerias robustas para facilitar a proteção, integração e agilidade com dados sensíveis. Empresas líderes, como CrowdStrike, Palantir, Google, Microsoft Azure, Oracle e SAP, uniram forças com a NVIDIA em soluções conjuntas, sinalizando que colaboração aberta já é o novo padrão do mercado.
O protagonismo de modelos abertos, como Nemotron, Cosmos, Isaac GR00T e Clara, foi ressaltado com centenas de modelos, datasets e benchmarks públicos lançados em 2024, segundo informações cruzadas com iniciativas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
IA e reindustrialização: robôs, gêmeos digitais e digital twins
A aplicação da IA para retomar e modernizar a indústria americana foi outro ponto forte. Empresas como Foxconn, Caterpillar, Johnson & Johnson, Figure AI e Disney mostraram casos em que robôs humanoides e gêmeos digitais simulam linhas produtivas, validam fábricas e otimizam processos antes mesmo da construção física.
No caso da Johnson & Johnson MedTech, conheci exemplos do uso do Omniverse e Isaac na simulação do MONARCH Platform, para procedimentos cirúrgicos urológicos e broncoscópicos. A plataforma faz treinamentos imersivos e simulações detalhadas, acelerando certificações e colaborando para cirurgias mais seguras.
Veículos autônomos, cidades inteligentes e IA para segurança pública
A colaboração com Uber, para estruturar uma frota de 100.000 veículos autônomos até 2027, teve destaque especial. A arquitetura DRIVE Hyperion 10, compatível com automação nível 4, foi citada nos testes já em andamento por Lucid, Mercedes-Benz e Stellantis. As discussões sobre gerenciamento de tráfego e impactos na segurança pública mostraram exemplos reais de uso em cidades como Brownsville, Frisco e Cary.
- Sistema de alerta ampliado “Situation Awareness for Emergency Response”, integrando câmeras a centrais 911.
- Plataformas para gestão de fluxo viário em tempo real, incluindo IA para prever acidentes e congestionamentos.
Supercomputadores para desenvolvedores e caças ao tesouro
Outro anúncio marcante foi o DGX Spark, novo supercomputador compacto para IA, capaz de entregar até 1 petaflop de desempenho, com destaque para parcerias com marcas como Acer, Dell, HP e Lenovo. Durante o evento, o Spark foi tema de uma caça ao tesouro tecnológica, trazendo premiações para quem entregou soluções criativas.
A arquitetura aberta e o conceito de colaboração emergiram como caminhos para ampliar transparência e possibilitar que novos agentes de IA, como os integrados pela Fábrica de Agentes em negócios diversos, sejam validados mais rápido e por mais pessoas da comunidade, estimulando a confiança.
Open source, novos motores de simulação e uso acadêmico
Nos painéis de discussão, referências como Ankit Patel e Bryan Catanzaro defenderam que open-source não é só prática, mas fonte de inovação, redução de custos e construção de confiança em IA. O lançamento do motor de física Newton, fruto da colaboração com Google DeepMind e Disney Research, permitirá que simulações de tecidos, grãos e corpos rígidos sejam usadas no treinamento de robôs generalistas, abrindo portas para múltiplos novos casos de uso.
Outra iniciativa inspiradora foi o investimento de US$ 50 milhões feito pela NVIDIA e Chris Malachowsky na Universidade da Flórida, com o objetivo de incorporar IA no currículo desde a graduação até a pós. Vi também exemplos de médias cidades americanas, como Rancho Cordova, adotando IA em projetos de qualificação e infraestrutura inovadora, cenário que remete à democratização da tecnologia.
Avanços em agentes de IA, simulação climática e aplicações na saúde
Entre os 16 principais avanços apresentados no evento, destaco:
- Melhorias do NVIDIA GR00T-Dreams, usando dados sintéticos e simulação neural para treinar robôs multifuncionais em “passive dreaming” e “lucid dreaming”.
- Uso do Cosmos Reason para filtrar cenários em treinamentos de robôs.
- Mais recursos no Earth-2, simulando fenômenos climáticos extremos, como no MITRE, onde apenas 50 sensores meteorológicos possibilitam previsões regionais detalhadas graças ao PhysicsNeMo.
- GH200 Grace Hopper Superchip batendo recordes em benchmarks de serviços financeiros, processando EDGAR filings com modelos LSTM e Llama-3.1.
- Modelos CodonFM e La-Proteina (da família Clara), desenvolvidos para biotecnologia, já integrados a benchmarkings abertos e a plataformas como VolView, em parceria com NIH e startups.
Todos esses movimentos reforçam que a IA está mais acessível e impactante, não apenas para pesquisas, mas para negócios e aplicações reais. O Brasil, inclusive, marca presença cada vez mais firme neste cenário, conforme detalhado em relatos da delegação do MCTI.
Educação, workshops e colaboração para o futuro
O GTC reservou espaço valioso para educação em IA, com workshops voltados a desenvolvedores e estudantes, passagens do Gear Store Truck em universidades de peso (American University, Howard, Maryland) e premiações. Ficou claro que, em eventos deste porte, liderança e colaboração caminham juntas, criando pontes entre pesquisa, negócios e formação de novos talentos.
Se você quer saber mais sobre a integração de IA em sistemas corporativos, há conteúdos ricos em inteligência artificial e também um guia sobre como criar agentes de IA integrados a sistemas no blog da Fábrica de Agentes. Tem até dicas para treinar dados de atendimento em IA. Vale a leitura.
Inspiração, impacto real e inovação inclusiva
Depois de vivenciar cada anúncio, painel e demonstração do NVIDIA GTC Washington, saio com a sensação de que estamos diante de um ciclo em que a colaboração entre indústria, academia e sociedade acelera descobertas, aplicações reais e formação de talentos, tornando a IA uma aliada para o crescimento sustentável e competitivo.
Se a sua empresa deseja participar da próxima onda de inovação, a automação de processos por meio de agentes de IA personalizados já está ao seu alcance. Conheça a Fábrica de Agentes e veja como transformar resposta rápida, redução de custos e aplicação prática de inteligência artificial em retorno real para o seu negócio!
Perguntas frequentes sobre o NVIDIA GTC Washington
O que é o NVIDIA GTC Washington?
O NVIDIA GTC Washington é uma conferência internacional que reúne líderes, desenvolvedores, pesquisadores e empresas para apresentar e discutir avanços em inteligência artificial, supercomputação e aplicações de IA na indústria, vida urbana, saúde, robótica e mais. O evento marca o lançamento de novas tecnologias e o anúncio de importantes parcerias.
Quais são as principais inovações em IA?
As principais inovações incluem novas arquiteturas de supercomputadores (como GPUs Blackwell e DGX Spark), integração de IA a redes 6G, modelos abertos de IA, avanços em simulação com Omniverse e Newton, uso de gêmeos digitais, robôs humanoides, aplicações clínicas avançadas com a família Clara, infraestrutura para veículos autônomos e plataformas climáticas como o Earth-2.
Como participar do evento GTC Washington?
A participação pode ser feita mediante inscrição no site oficial da NVIDIA GTC, onde são divulgadas datas, agenda, workshops e instruções para participação presencial ou online. Os eventos incluem palestras, sessões técnicas, demonstrações e oportunidades de networking.
Quais empresas firmaram parcerias com a NVIDIA?
No GTC Washington, empresas líderes como CrowdStrike, Palantir, Google, Microsoft Azure, Oracle, SAP, Foxconn, Johnson & Johnson, Uber, Amazon Web Services, Caterpillar, Disney, entre outras, firmaram parcerias estratégicas para novas soluções em IA voltadas à proteção de dados, automação, saúde e cidades inteligentes.
Essas inovações já estão disponíveis no mercado?
Muitas dessas inovações já estão em fase de implantação em empresas parceiras, centros de pesquisa e projetos pilotos. Algumas, como as novas GPUs, modelos abertos, ferramentas de simulação e integração de agentes de IA, já podem ser usadas em ambientes corporativos ou de desenvolvimento, enquanto outras evoluirão ao longo de 2025, acompanhando o lançamento de novos chips e produtos, conforme divulgado em notícias do setor de IA.
