Quase toda empresa que conheço já usa inteligência artificial de alguma forma. Seja em um processo discreto, como um sistema de análise de dados, ou em testes limitados com um agente de IA, a verdade é que a IA não é mais o futuro, ela faz parte do dia a dia. Mas, se você acha que a maioria das empresas já conseguiu escalar o impacto desses agentes em grande escala, é hora de repensar.
Mais de três anos após a ascensão da IA generativa, os números impressionam: 88% das organizações afirmam experimentar IA em pelo menos uma área. Mas só um terço realmente está utilizando as soluções em escala relevante (dados recentes do Tech.co mostram esse retrato mundial).
Quando olho para os agentes de IA, fico surpreso com o abismo entre expectativa e prática. Por isso, decidi trazer 9 verdades pouco faladas sobre o uso real de agentes de IA em empresas – para quem quer ir além do básico e deseja transformar resultados.
1. A maioria das empresas ainda só testa ou faz piloto
Existe um mito de que os agentes de IA já “dominaram” o mundo corporativo. O que vejo, na prática, é que 62% das empresas já testam agentes de IA, mas apenas 23% avançaram para o uso ampliado. As outras estão presas em provas de conceito ou pilotos isolados, muitas vezes por não conseguirem alinhar tecnologia e estratégia. Dois terços das organizações ainda não conseguiram expandir a IA de forma significativa para toda a empresa, um dado que reforça quanto esse movimento ainda é recente e desafiador.
2. Impacto financeiro vem menos do que se espera
Ao conversar com gestores, escuto uma expectativa enorme de que IA vai impulsionar lucros instantaneamente. Só que apenas 39% das empresas percebem um impacto claro no resultado operacional (EBIT). Por outro lado, 64% afirmam que a IA traz mais espaço para inovação e diferenciação.
Nem tudo vira dinheiro rápido. Mas há ganhos reais em inovação e experiência do cliente.
Dados da pesquisa da Tech.co mostram que a busca deve ser equilibrada entre geração de valor e eficiência.
3. Crescimento e inovação pesam mais que cortar custos
Empresas que conseguem resultados expressivos com IA não ficam apenas presas a reduzir custos. Elas também focam forte em crescimento e novas oportunidades de negócio. Metade dessas empresas líderes está redesenhando fluxos de trabalho inteiros, buscando reinventar processos ao invés de só automatizar tarefas de sempre. É uma visão bem diferente do discurso comum sobre “substituição de pessoas”.
Na Fábrica de Agentes, costumo reforçar essa abordagem: a IA se destaca nas empresas que buscam crescer e inovar, e não só enxugar despesa.
4. O uso ampliado ainda é restrito a poucas áreas
Mesmo entre os que avançam, a expansão é limitada. Agentes de IA capazes de atuar em tarefas práticas e complexas estão em pilotos em 39% das companhias. Só 23% estão, de fato, ampliando seu uso, geralmente apenas em uma ou duas áreas. TI, gestão do conhecimento, tecnologia, mídia, telecomunicações e saúde aparecem no topo, mas outros setores ainda engatinham.
Um dado interessante é que, além das áreas usuais como TI, vendas e marketing, a gestão do conhecimento agora ganhou destaque igualado no uso de agentes de IA. Gerações automáticas de informações, organização e apresentação de conteúdos surgem como aplicações frequentes, principalmente para criar materiais de marketing e apoiar equipes de atendimento.
5. Os resultados variam muito entre setores
Os setores de engenharia de software, manufatura e TI lideram a redução de custos com IA. Já áreas como marketing, estratégia, finanças corporativas e desenvolvimento de produtos são as que mais trazem aumento de receita a partir do uso dessas soluções. Esses dados mostram como adaptar o foco do agente de IA conforme o contexto faz toda a diferença, algo que sempre aplico nos projetos realizados pela Fábrica de Agentes.
6. Nem todo mundo teme cortes de empregos
Ao contrário do senso comum, só 32% das empresas esperam redução de pessoal por conta da IA. 43% preveem estabilidade e 13% até aumento nos quadros em breve. Empresas grandes têm uma tendência maior a cortes, mas também são as que mais contrataram profissionais de IA, incluindo engenheiros de software e dados, nos últimos tempos.
Os dados da FIAP sobre tecnologias emergentes ilustram esse cenário: muitas funções automatizadas liberam profissionais para atividades analíticas, criativas e de maior valor, ao invés de simplesmente eliminar vagas.
7. Riscos e problemas já são realidade (mas também proteção)
As empresas aprenderam pela prática que a IA, quando não supervisionada, pode gerar problemas sérios: 51% já enfrentaram pelo menos um evento negativo, geralmente relacionado a dados imprecisos ou respostas inesperadas dos sistemas. Hoje, o esforço para mitigar riscos aumentou: em 2022, a média era de duas categorias de risco monitoradas e, agora, já são quatro.
- Incerteza dos resultados (inacurácia)
- Explicabilidade das decisões
- Privacidade de dados
- Reputação e questões regulatórias
Empresas de alta performance relatam mais riscos, mas também criarammecanismos robustos de proteção. Humanização do monitoramento, validação constante e processos internos fortes são práticas que diferenciam essas empresas no uso seguro dos agentes de IA. Temas como esses são detalhados em materiais técnicos da categoria de agentes de IA no Blog da Fábrica de Agentes.
8. O segredo está no redesenho dos fluxos de trabalho
O grande salto não vem de simplesmente automatizar tarefas antigas. As empresas de maior sucesso – apenas 6% das pesquisadas, segundo relatórios da McKinsey e de análises parlamentares (relatório Câmara dos Deputados sobre IA e trabalho) – buscam transformação real com IA, redesenhando processos e envolvendo líderes seniores. Elas se destacam por:
- Validação humana dos resultados
- Liderança engajada e capacitada em IA
- Processos internos bem definidos
- Uso da IA em várias áreas, não só apoio pontual
- Mínimo de 20% do orçamento digital investido em IA
- Equipes enxutas e rápidas na adaptação
9. Escalar IA é para poucos, mas o movimento acelera
Enquanto três quartos das empresas de alto desempenho já estão em fase de expansão ampla dos agentes de IA, só um terço das demais companhias acompanha esse ritmo. Para as que souberem unir estratégia, orçamento e mobilização das pessoas certas, o caminho está aberto. Um ótimo ponto de partida é entender como criar agentes de IA realmente integrados aos sistemas e processos atuais.
O futuro dos agentes de IA está nas mãos de quem transforma
Depois de analisar tendências e números desta última pesquisa global, vejo um ponto claro: a diferença entre empresas comuns e líderes em IA está na intenção e na ação. Não basta contratar tecnologia: é preciso redesenhar, envolver pessoas, planejar e seguir adiante. Os desafios são grandes, mas os ganhos – especialmente em inovação, experiência do cliente e vantagem competitiva – são evidentes.
Se você sente que sua empresa ainda está apenas testando ou vê pouco impacto real, o momento de transformar o cenário é agora. Recomendo conhecer mais sobre aplicações práticas de IA e buscar inspiração nos negócios que já usam agentes de forma estratégica. E se quiser exemplos diretos de como preparar dados e treinar agentes para atendimento, recomendo a leitura deste conteúdo específico sobre treinamento de dados para agentes de IA.
Se a sua empresa busca ir além dos testes e quer transformar a IA aplicada em resultado real, conheça os serviços da Fábrica de Agentes para desenvolvimento e integração de agentes personalizados conforme o seu desafio específico.
Perguntas frequentes sobre agentes de IA em empresas
O que são agentes de IA?
Agentes de IA são sistemas baseados em inteligência artificial programados para executar tarefas específicas – do atendimento automatizado ao apoio em vendas, análise de dados e automação de processos. Eles podem aprender, se adaptar ao contexto e até interagir com outros sistemas, buscando sempre tornar processos mais rápidos e precisos.
Como usar agentes de IA nas empresas?
Na minha experiência, agentes de IA podem ser aplicados em várias frentes: atendimento ao cliente, vendas automatizadas, análise de dados, criação e gerenciamento de conteúdos, ou automação de processos internos. O segredo está em definir com clareza o objetivo e integrar bem os agentes aos fluxos do negócio. Para quem procura um guia mais técnico sobre integração, recomendo o texto da Fábrica de Agentes sobre como criar agentes de IA integrados.
Vale a pena investir em agentes de IA?
Sim, desde que haja planejamento e objetivo claros. Empresas que usam agentes de IA de forma estratégica conseguem mais espaço para inovar, reduzir custos nas áreas certas, aumentar a satisfação do cliente e ganhar vantagem competitiva. Os melhores resultados aparecem quando a empresa está aberta a redesenhar processos e investir na capacitação de equipes.
Quais os benefícios dos agentes de IA?
Os principais benefícios incluem automação de tarefas repetitivas, melhoria no atendimento ao cliente, geração e apresentação de informações estratégicas, redução de erros operacionais, aumento de receita e mais tempo para equipes focarem em atividades de maior valor. Além disso, agentes bem implementados oferecem respostas rápidas e disponíveis 24/7, trazendo mais autonomia e flexibilidade aos negócios.
Quanto custa implementar agentes de IA?
O investimento pode variar bastante: desde soluções mais simples, voltadas para automação de atendimento, até modelos avançados e integrados a sistemas internos. Em geral, o custo depende do grau de personalização, da complexidade dos fluxos trabalhados e do volume de dados envolvido. Vale buscar fornecedores que façam a modelagem sob medida, como a Fábrica de Agentes, para obter um retorno mais rápido e alinhado com seu negócio.
